NOTA DE REPÚDIO - LGBTFOBIA
O Centro Acadêmico Visconde de Saboia, vem, por meio desta nota, tornar pública uma denúncia trazida às nossas reuniões por parte de estudantes da FAMED.
No último dia 23 (quinta-feira), um estudante do primeiro semestre (T23) foi rechaçado (inclusive com palavras de baixo calão sobre a sexualidade do mesmo) por alguns de seus colegas em plena aula de Assistência Básica à Saúde 1, após corrigir uma fala do docente que ministrava a aula, o qual utilizou o termo “opção sexual” em vez do termo “orientação sexual” (termo este utilizado pela OMS e pelas associações que lutam pelos direitos da população LGBT).
Nesse contexto, iniciou-se uma desordem entre os estudantes, que manifestaram diversos ataques de cunho homofóbico, que não foram interferidos em nenhum momento pelo docente, o qual manteve-se inerte perante uma situação clara de desrespeito e Homofobia.
Em função do caso, lançamos mão desta nota para manifestar repúdio em relação a atos de LGBTfobia e atitudes que restrinjam a diversidade de orientações sexuais que vem acontencendo nos espaços da nossa faculdade e fora deles.
Como entidade representativa, o CAVIS privilegia o diálogo com os mais diversos segmentos da sociedade, desde que pautado pelo irrevogável respeito a suas diferentes formas de existência e pensamento.
Ações que ferem a dignidade humana em sua plenitude de aspectos nos envergonham e devem ser levadas à Ouvidoria (http://www.ufc.br/ouvidoria), que a Universidade mantém permanentemente aberta para encaminhar e solucionar demandas dessa e de outras naturezas.
Levamos em conta que não se tratam de casos isolados e que essa violência nasce dentre pessoas intolerantes, tendo se espalhado pela sociedade por anos a fio, visando atingir sujeitos que ainda são vistos por muitos como sendo inferiores.
Condutas LGBTfóbicas como as que ocorrem, quase que diariamente, dentro de nosso ambiente acadêmico, rebaixam o valor da vida de grande parte dos estudantes, já que banalizam e naturalizam violências cotidianas, tanto simbólicas, quanto físicas e emocionais.
Independentemente do motivo pelo qual os docentes e discentes se colocam - se por provocação, ideologia ou qualquer outra motivação - a violência não pode ser normatizada dentro do ambiente acadêmico.
Esperamos, portanto, que a comunidade acadêmica siga forte na luta em defesa dos Direitos Humanos, refletindo e buscando espaços de debate, de modo a não permitir que tais causas caiam em esquecimento.
Além disso, estamos e estaremos sempre abertos à também ouvir e compartilhar com a comunidade acadêmica quaisquer outros relatos e situações de desrespeito, opressão ou dificuldade - de qualquer cunho, como previsto em nosso papel de representação estudantil.